sábado, 5 de setembro de 2009

Um conto sem fim

A cidade era diferente.
As pessoas, as ruas, os sentimentos, as músicas, as lojas, os produtos... Tudo era estranho no olhar puramente humano.
O comércio ali vendia sentimentos a granel.
Era chegar e pedir: "Moço; meio quilo de carinho e cem gramas de ódio, por favor."
Ao chegar em casa era só tirar da bolsa e colocar no potinho. Para alguns era prático.
Quando a companhia era boa, levava na bolsa: bom-humor, calma, carinho e paciência, e quando era gente chata, carregava bem mais paciência que o normal e um pouco de raiva. A raiva sempre era usada no fim do papo.
Teresa morava nessa cidade humanamente estranha, e sempre achava ruim carregar sentimentos na sacola.Na verdade, Teresa que era estranha pra cidade.
Pra ela não era nada prático ter que sair com potinhos tão preciosos assim; a mercê de qualquer pessoa. Se a bolsa fosse um pouco menor, ou transparente não haveria suspense sobre suas emoções; que rumo o flerte poderia tomar, ou a decepção que poderia sentir ao ouvir que o emprego não era dela.
Foi nesse momento então que ela decidiu não mais carregar sentimentos.
Teresa teria sempre o mesmo rosto; a mesma cara sem expressão, a mesma face sem sorriso e conseqüentemente seria sempre uma incógnita pra todos.

O tempo passou... E a vida foi ficando cinza, foi ficando cinza, foi ficando cinza, até que num determinado momento Teresa não passava de uma tábula branca; e apesar da existência cândida, só sabia abrumar a existência de quem a via.


Continua...?
__________
Ps: Ele é lindo. Pena que não é meu.
Pena que não sabe que o desejo.Pena que ele está em outro estado.=/

6 comentários:

Anônimo disse...

Que legal HIO! Sinto que vou ficar continuar a ler esse conto até fica velho -n
Gostei do texto :*

Isabela Nogueira disse...

Tah lindo HIO.

Beijos ;*

[bellanogueiira.blogspot.com]

Crispi. disse...

Gostei!
Faz continuiação sim :)
Beijos :*

Thati Freitas disse...

Nao gostei do começo, as 6 ultimas linhas sim... o começo nao ficou ruim eu tenho um implicancia com com uma caractristica que vi la, que eu via em uns textos meus q eu nao gosto mais. Mais é uma coisa mais subjetiva.E nas 6 ultimas linhas eu achei que Tereza ja tinha nascido, a historia começou la pra mim.
Saudades

Unknown disse...

Queria poder levar sentimentos assim, na sacola. As vezes ajo que sou como Teresa, sem expressão, sem sentimentos. Um frio me encobre a alma.

- berg dantas disse...

Nossa Hioioo.! Ahazzou.! Muito lindo, a história da moça, é triste, mas cheia de verdade. Você está escrevendo muito beem. Continuue o texto sim queridaa. (: